28 de jan. de 2014


Ouvi por um milhão de vezes que era fechada. E de tanto ouvir, um dia eu cansei. Fui abrir as janelas para deixar alguém entrar. E aí, todos os passarinhos foram entrando... Quando dei conta, aqui dentro era uma multidão. Fiquei feliz e pensei que fechar as janelas não era a melhor decisão. 
Até que um dia, um passarinho me arranhou. Senti a dor, para depois descobrir que ele já havia bicado para machucar faz tempo. Enquanto eu era carinho, o passarinho fingia ser carinho. Com a ferida, de primeira resolvi me fechar. Mas pensando, resolvi que não iria fechar... Existem tantos outros para entrar. É assim... alguns vão querer consertar, outros só ficar, alguns machucar e outros raros apunhalar.
Mas aqui dentro ficou tão bagunçado que estou fechando umas janelas para arrumar, somente as mais visíveis e vou deixar entrar apenas quem bater compulsoriamente. Quem quiser verdadeiramente entrar. Ouvi por um milhão de vezes que era fechada e quando abri as portas e janelas, desarrumaram tudo por dentro. Vou organizar a casa e deixá-la do meu jeito, mas para entrar ou pegar a chave não basta o sorriso de entrada, tem que mostrar a sua bagunça para que eu resolva se vale a pena ou não entrar.

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